Em primeiro lugar, vamos lembrar do que já foi dito. Jesus anunciou a presença do Reino de Deus convidando todos para vir e ver como ele e seus seguidores já tinham aceitado isso, já o tinham adentrado e nele já estavam vivendo. Para experimentar o Reino, afirmou ele, "venha, veja como nós vivemos e, então, viva como nós". Mas isso presume um programa comunitário, presume que Jesus não tinha somente uma visão ou uma teoria, mas uma práxis e um pragrama _ e um programa não somente para ele, mas para outros também. Que foi isso?
Basicamente, foi o seguinte: curar os doentes, comer com tais pessoas a quem se curou e anunciar a presença do Reino naquela mutualidade da vida... Isso signifca fazer Teologia da Mesa. Pode-se perceber esse programa comunitário funcionando em textos como Mc 6,7-13 e Lc 9,1-6 ou Mt 10, 5-14 e Lc 10,1-11. Note alguns aspectos incomuns desses textos. Primeiro, o próprio Jesus não se estabelece em Nazaré ou Cafarnaum, nem envia seus seguidores para que tragam as pessoas até ele, como se ele fosse o monopolizador do Reino. Segundo, pede para que os outros façam exatamente o que ele está fazendo: curando doentes, comendo com eles e proclamando a presença do Reino. Terceiro, ele não lhes pede apenas que curem em nome dele ou até mesmo que rezem a Deus antes de curar _ nem mesmo reza antes da cura. Isso é realmente extraordinário e só pode ser explicado pela presença do Reino e pela participação das pessoas no interior dele _ se você já se encontra no Reino presente aqui e agora, você já está em união com Deus e pode agir de modo correspondente.
A lógica do programa do Reino de Jesus é a mutualidade da cura_ como o poder espiritual básico _ e a comensalidade _ como o poder físico básico _, compartilhadas livre e abertamente. Esse processo construiu uma comunidade de partilha a partir da base como uma alternativa possitiva e possível à comunidade romana de ganâncias e acúmulos que Antipas estabeleceu a partir das elites. É absolutamente óbvio o fato de que a comida é a base mateiral da vida e que o controle sobre a questão da comida determina/controla todo o resto.
Mesmo estando normalmente bem nutridos, nós percebemos nossa absoluta dependência em relação à comida acima de qualquer outra coisa _ depois que essa primeira necessidade é contemplada, há muitas outras necessidades, mas em primeiríssimo lugar vale a máxima: sem comida não há vida. Assim, comer como preenchimento da necessidade física básica é algo claro e compreendido, mas curar com um poder espritual é muito mais difícil de entender.
Acreditamos ser claro e evidente o fato de que Jesus era além do filho de Deus um grande curandeiro e, mesmo que nós não consigamos explicar essa capacidade, a veracidade dela parece seguramente afirmada... (Crossan é um dos mais renomados especialistas da aobrdagem do tema do Jesus Histórico na atualidade).
Parabéns pelo blog e pelas menagens! Gostei de ver suas fotos e lugares bonitos de sua terra natal... Grande abraço co m saudade. I. Gervis
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