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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sexualidade Humana e Maturidade Afetiva

      Dizem que toda responsável relação sexual vivencia-se a cinco: O casal e a Trindade Santa! Logo, fazer amor sem ter amor é assassinar o próprio Amor! Numa sociedade hedonista como a nossa, que troca o amar, por pegar ou ficar, é claro que num mundo de paradigmas assim, poucos vivem ou experimentam a profundidade do verdadeiro amor, de forma integrada e sadia. Sexualidade integrada o que é isso? A sexualidade humana ela está integrada em dois níveis inseparáveis: O Nível Procriativo e o Nível Unitivo. Procriativo porque deve estar aberto para a Vida! Uma vez um monstrengo chegou na casa de uma jovem mulher que havia feito um aborto e disse assim: "Foi você que a vinte anos atrás fez um aborto? A jovem assustada- Sim, mas como foi que você descobriu? o monstrengo- E pegou o feto e colocou no vaso sanitário e deu descarga? Ela mais assustada ainda- Sim, como sabes disto??? O monstrengo - Mamããããeeeeee!!! Sou eu..sobrevivi!!!!".
     Pois é... E como estávamos falando... Procriativo aberto para a vida... Já o unitivo é que nossa relação é uma relação de pessoa humana e não de indivíduo que só pensa no seu 'eu' hedonista, narcisista, fragmentado sem a profundidade do amor em si. Na verdade uma sexualidade sadia tem que ser realmente integradora em todas as suas principais dimensões vitais: Genital, prazer, psíquico afetiva, sócio-cultural e espiritual... E Deus viu que tudo isto é muito bom!!!! Mas uma sexualidade fragmentada... Escrava e limitada de apenas uma dessas dimensões empobrecidas, com certeza a pessoa que assim se encontra tem realmente algum problema afetivo não resolvido... Aqui nos encontramos no dilema da criança perdida, ferida ou esquecida... Precisam urgentemente, resgatar a primeira criança interior, divina, feliz... Se a pessoa reduz sua sexualidade a só o genital por exemplo... Só pensa naquilo... Está fragmentando as demais... É lógico que esta criatura precisa urgentemente de um bom orientador terapêutico no âmbito afetivo...
        Tudo isso nos faz entrar um pouco mais ainda em contato com a fascinação da criatividade humana. O mistério que nela entrevemos é o mergulho na profundidade de si próprio, para unir-se ao princípio oposto e criar novas expressões do Si-mesmo, pois este sempre está se recriando através do tempo e, portanto, sempre se revelando de formas novas. Nisso consiste o "dom" das pessoas criativas em todas as mais diversas dimensões da vida: a coragem de deixar a superfície do já conhecido e adquirido, para buscar uma nova revelação do Ser enquanto tal, capaz de renovar tudo o que existe e caminhar à frente, abrindo novos espaços de experiência da própria vida em si. Cientistas, artistas e místicos são a locomotiva do nosso lado humano dinâmico, desatando os nós de seus próprios limites. Atrás deles caminham todos os que não têm a coragem ou oportunidade de fazer o mesmo mergulho que eles fazem. Sim, porque a muitos falta a coragem de despojar-se do que já possuem para buscar o que lhes falta, e isso lhes dá a sensação de vazio. O mais lastimável, contudo, é que são muitíssimos os que não têm a oportunidade de pôr-se a caminho para buscar, e isso lhes dá uma sensação de impotência. Uns assassinam  o próprio amor e em outros jazem assassinados o Bach ou Mozart, Homero ou Einstein, Michelangelo ou Tagore, que existe no mais íntimo de cada um... E o pior, jazem com 'esclerocardia', ou seja o coração duro por fora e vazio por dentro...
        A criatividade supõe, portanto, a androginia ou, no caso da mulher a "ginoandria", ou seja o fenômeno de a pessoa entrar em união com o oposto dentro de si mesma. E aqui chegamos ao caso das pessoas que constitutivamente são dotadas do desenvolvimento de ambos os princípios, o masculino e o feminino, ou vice e versa, ao mesmo tempo. Elas são chamadas, talvez impropriamente, de homossexuais, pois psiquicamente sempre estão, como todas as outras, em busca do elemento oposto que lhes falta ou não está suficientemente estabilizado em seu próprio existir. Já a pessoa homofóbica, encontra-se trancafiada a uma certa impotência precoce da impossibilidade de caminhar para o diálogo de equilibrio entre os opostos diferenciados. No fundo qualquer tipo de exagero nestas realidades existênciais leva-se ao desiquilíbrio da afetividade integrada... É interessante constatar que esse tipo de pessoas é muitíssimo frequente nos âmbitos artísticos, militares e místicos. Por quê? Não será então, pelo motivo de terem de realizar em si mesmas o casamento interior, o casamento mágico (maduro) que dá os mágicos (maduros) frutos da arte, mística e religiosa, cujo apanágio é o de religar em si (religião = ligar de novo, restabelecer a união interior perdida) a superfície à profundidade, revelando não só a profundidade do ser humano, mas ao mesmo tempo o mistério do próprio DEUS _ esse Deus que talvez seja o único que realmente aceita qualquer tipo de pessoa, principalmente essas pessoas peregrinas da eterna busca de sua integração interior, desafiando assim a intolerância e a intransigência da sociedade que as rejeita? Muitas tribos indígenas têm grande respeito por elas, considerando-as pessoas sagradas e portadoras de revelações do divino. Não queremos com isso dizer que todas as pessoas homossexuais ou homofóbicas sejam criativas ou não. Elas têm a constiuição básica e potencial para desenvolver a criatividade, mas, em primeiro lugar, como todo mundo, devem aceitar a si mesmas como são, mesmo que isso signifique viver continuamente contra a corrente. Ambos devem se trabalhar e se aceitar. Em segundo lugar, como todas as pessoas criativas, ter a coragem de mergulhar em si mesmas para encontrar dentro de si o oposto que tanto inutilmente buscam fora de si mesmas. Só então se tornarão pessoas verdadeiramente criativas, conforme é confirmado pela história de sempre e de todos os dias com seus acertos e desacertos. Nelas se espelha, então, o que todas as outras pessoas deveriam ser_ não propriamente homossexuais ou homofóbicas, mas criativas em todos os sentidos. 
        Existe alguma receita para a pessoa se tornar realmente criativa? Parece existir apenas o primeiro passo: mergulhar em si própria e dispor-se a conhecer e a experienciar a si mesma. O resto vem por si, pois cada um encontrará seu próprio caminho e somente nesse caminho próprio chegar a sua anima ou animus e com eles criar a expressão nova daquele Ser que sempre lhes foi completamente dado, mas que deve sempre ser conquistado. Talvez a missão de algumas pessoas seja a de revelar as monstruosidades que se originaram dos descaminhos e desencontros da humanidade, apontando para os buracos e precipícios que, se formos sensatos, deveremos cada vez mais evitar. Enquanto isso, a missão de outras será a de apontar caminhos legítimos para uma realização bem maior do ser humano. Em todo caso, a criatividade sempre nos colocará diante de uma questão ética: ou aceitamos ou não aceitamos as novas revelações do humano e do divino, e ambas as atitudes trarão consigo consequências muito práticas.
        A nenhum de nós, porém, é permitida a acomodação na auto-satisfação ("deste jeito que encontramos deste jeito ninguém tira"). Isso não seria mais que autotraição e, mesmo que todos os outros fossem enganados por nossa esperteza, nós mesmos não nos enganaríamos, passando a viver crucificados por trair o desejo profundo de ser mais do que já somos. Não podemos nos furtar à criatividade de, pois, no fundo de tudo o que é criativo, estamos criando a nós mesmos e a nossa própria vida. E com a vida não se brinca. Ela nasceu para realizar-se e somente na própria realização ela chega ao devido orgasmo ou êxtase de ser a si mesma. E o que é ser a Si-mesmo? Isso é um mistério que ainda está para ser revelado. Em sua Primeira Carta o Apóstolo João parece aludir isso, dizendo: "Desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos ainda não se manifestou. Sabemos que por ocasião desta manifestação seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele É" (1 João 3,2). Diante disso, existiria ainda algum limite para nossa criatividade? ( Ainda estamos adaptando um texto de  Ivo Storniolo). 

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