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domingo, 26 de julho de 2009

Um girassol e o mistério de uma ilha qualquer!

Rubens Alves costuma repetir em seus muitos livros, uma maravilhosa história de Gabriel Garcia Marques, o grande romancista espanhol:
É sobre uma vila de pescadores, perdida em um nenhum lugar/todo lugar, o enfado misturado no ar, cada novo dia já nascendo velho, igual a todos os outros, as mesmas palavras ocas, os mesmos gestos vazios, os mesmos corpos opacos, a excitação do amor sendo algo de que ninguém mais se lembrava...
Aconteceu que, num dia como todos os outros, um menino viu uma forma estranha flutuando longe no mar. E ele gritou. Todos correram. Num lugar tão pacato como aquele até uma forma estranha é motivo de festa. E ali ficaram na praia, olhando, esperando. Até que o mar, sem pressa, trouxe a coisa e a colocou na areia, para o desapontamento de todos: era um homem morto.
Todos os homens mortos são parecidos porque apenas há uma coisa a se fazer com eles: enterrar. E naquela vila o costume era que as mulheres preparassem os mortos para o sepultamento. Assim, carregaram o cadáver para uma casa, as mulheres dentro, os homens fora. E o silêncio era grande enquanto o limpavam das algas e liquens, mortalhas verdes do mar.
Mas, repentinamente, uma voz quebrou o silêncio. Uma mulher balbuciou: "Se ele tivesse vivido entre nós, ele teria de ter curvado a cabeça sempre ao entrar em nossas casas. Ele é muito alto...".
Todas as mulheres, sérias e silenciosas, fizeram sim com a cabeça.
E de novo o silêncio foi profundo, até que outra voz foi ouvida. Outra mulher... "Fico pensando em como teria sido a sua voz... Como o sussurro da brisa? Como o trovão das ondas? Será que ele conhecia aquela palavra secreta que, quando pronunciada, faz com que uma mulher apanhe uma flor e a coloque no cabelo?".
E elas sorriram e olharam uma para as outras.
De novo o silêncio. E, de novo, a voz de outra mulher... "Essas mãos.... Como são grandes! Que será que em si fizeram? Brincaram com crianças? Navegaram mares/ Travaram batalhas? Construíram casas? Essas mãos: será que elas sabiam deslizar sobre o rosto de uma mulher, será que elas sabiam abraçar e acariciar o seu corpo?".
Aí todas elas riram que riram, suas faces vermelhas, e as surpreenderam ao perceber que o enterro em si estava se transformando numa ressurreição: um movimento nas suas carnes, sonhos esquecidos, que pensavam mortos, retornava, cinzas virando fogo, desejos proibidos aparecendo na superfície de sua pele, os corpos vivos de novo e os rostos opacos brilhando com a luz da alegria.
Os maridos, de fora, observavam o que estava acontecendo com as mulheres e ficaram com ciúmes do afogado, ao perceberem que ele tinha um poder que eles mesmos não tinham mais. E pensaram nos sonhos que nunca haviam tido (bem disse Fernando Pessoa: "Os sonhos por haver é que são o cadáver..."), nos poemas que nunca haviam escritos, nos mares que nunca tinham navegado, nas mulheres que nunca haviam desejado.
A história termina dizendo que finalmente enterraram o morto.
Mas, aquela aldeia nunca mais foi a mesma.
Diz Octávio Paz que a resposta a um poema não é uma explicação-interpretação. A resposta a um poema é outro poema. Não nos atrevemos a interpretar essa história. Digamos apenas que ela é a metáfora mais bela que conhecemos para o mistério de Jesus Cristo: um morto desconhecido. Tão desconhecido que o falatório sobre Ele não tem fim, mesmo depois de dois mil anos. Há cerca de duzentos anos, os cientistas iluministas fazem investigações para saber como Ele relamente foi, aquilo que Ele realmente disse. Procuram a história por detrás da estória. Mas não é na história que se esconde o seu poder. A história é o tempo do 'nunca mais'. Nela moram os mortos. Nas estórias mora a vida com suas ressurreições. Foi no vazio silencioso do afogado, no 'não saber', que os sonhos mortos ressuscitaram e as mulheres voltaram à vida. As ressurreições acontecem pelo poder do que não é. "Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?", exclamou Paul Valéry. E Riboaldo respondeu: "Deus existe mesmo quando não há". Esta Páscoa me deixou triste. A Adélia disse, num poema: "Medo eu tinha era de não haver mistério". Minha tristeza foi por isso. Os mistérios se foram. A estória não é mais contada. As ressurreições estão ficando cada vez mais raras... É meu caro girassol... Como vai mesmo o mistério de seu jardim?

sábado, 25 de julho de 2009

O Rio de Janeiro Terá Santuário Dedicado a São Paulo Apóstolo!

Saiu no Jornal Testemunho de Fé a seguinte reportagem que vale a pena aqui ser reproduzida:

A Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Parque União, em Bonsucesso, dentro do conjunto de comunidades do Complexo da Maré, recebeu com alegria, no último dia 12 de Julho de 2009, o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. Encerrando o Novenário da Padroeira, que teve como tema principal e fio condutor:"Na Missão Continental Rumo Ao Santuário da Paz!", Dom Orani presidiu ali a Santa Missa, concelebrada pelo Pároco, Padre Damasceno. Na ocasião, o Arcebispo abençoou o terreno do futuro Santuário de São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora da Paz, a ser construído no local. Também abençoou o novo altar e novo ambão, e lançou a Pedra fundamental das construções e instalações do novo templo.
A Igreja Nossa Senhora da Paz, antiga Capela da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, foi escolhida pela Arquidiocese para a construção do santuário dedicado a São Paulo Apóstolo, como uma forma de marcar a celebração do Ano Paulino na Cidade do Rio de Janeiro. Para a construção deste novo espaço físico, paroquianos e moradores da região adquiriram um terreno de cerca de 4 mil metros quadrados, próximo à Avenida Brasil na Comunidade do Parque União.
CRISTO A PEDRA ANGULAR:
Ao se dirigir aos fiéis, o Arcebispo afirmou: "Essa Pedra Fundamental tem em si o seu simbolismo todo próprio para os alicerces e fundamentos deste local sagrado, aonde iremos construir o Santuário de São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora da Paz. Entretanto, não podemos esquecer que a verdadeira Pedra Fundamental de nossa vida de caminhada é o próprio Cristo, a Pedra Viva do Amor do Pai!".
Ao final de sua visita, Dom Orani abençoou o povo e entregou para muitos fiéis um terço e uma oração de Nossa Senhora da Paz, que as legionárias locais haviam preparado para ser distribuído aos presentes.
EVANGELIZAÇÃO E PAZ
"Na Missão Continental, Rumo ao Santuário da Paz, estaremos com São Paulo e Nossa Senhora da Paz reafirmando nosso compromisso missionário conforme as expectativas das Conclusões do Documento de Aparecida, da V Conferência do Episcopado Latino Americano". Com essas palavras Padre João Damasceno, Pároco da Igreja Nossa Senhora da Paz, exprimiu sua alegria com o início dos trabalhos em prol do novo Santuário. Segundo ele, "Este Santuário com certeza trará muitos benefícios e bons frutos para o projeto evangelizador e missionário de nossa Arquidiocese". O Sacerdote ainda complementou: "Sabemos perfeitamente que na Avenida Brasil praticamente não existe nenhuma paróquia ou sinal evangelizador em toda sua extensão; a não ser a Paróquia de São José Operário na Vila kennedy, e a Paróquia de Santo André, próxima ao Cemitério do Cajú. Agora com a construção deste importante Santuário de peregrinação, dedicado a São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora da Paz, teremos realmente naquela região do Complexo da Maré um grande e expressivo sinal evangelizador, para o "Resgate da Paz, através do Evangelho da Vida!". Atenção Girassóis de Verão!, venham conhecer esta futura belíssima Vitrine de Paz bem no coração da Avenida Brasil!

Um girassol contemplando o trigo dourado da nossa Eucaristia de cada dia!

Nossos dias são marcados pelo triste estigma da fome. Fome de alimentos que contrasta com a produção nunca vista de grãos e víveres, frutos da terra generosa e do trabalho do homem que, com a técnica, produz e colhe uma quantidade impensável em outros tempos de alimentos, mas não consegue distribuí-los com justiça. Fome de amor, de amizade. Fome de trabalho, num tempo de crise econômica e lastimável raposas da política 'mensalótica', num mundo marcado pelo egoísmo e pelo individualismo, em que as pessoas têm medo de se doarem, não sabendo mais construir relacionamentos sólidos que permaneçam. Em nosso tempo, a própria palavra amor é desgastada e usada para o próprio interesse mesquinho.
Ao lado dessa fome existe o vazio esclerocardio (duro por fora e caótico por dentro), que leva a uma verdadeira falta de sentido na vida. Cada vez mais, muitos são os que perdem suas referências, abandonam valores perenes e, em busca da novidade passageira do momento, perdem-se num grande caos interior.
Consequência disso são os fatos que se tornam corriqueiros nos meios de comunicação: crises nas instituições; lares desfeitos, famílias sem rumo; o flagelo da droga que atinge principalmente os jovens; o culto idólatra ao prazer, ao poder e ao dinheiro, que geram todo tipo de corrupção, injustiças e iniquidades; o desgaste moral das autoridades que, ao invés de serem referência, nos escandalizam pelos maus exemplos. Infelizmente, hoje se torna comum ouvirmos falar de filhos que matam os pais, mães que abandonam filhos recém-nascidos, prostituição infantil e pedofilia.
Como naquele tempo, O Senhor da Mesa, olhando a multidão que se assemelha a ovelhas sem pastor, se compadece de seu povo, atualizando entre nós, o milagre da partilha a partir, de muitos anônimos que com um menor pedaço de pão ou porção de peixe, nos faz perceber que ainda é possível esse tipo de milagre solidário. O relato da multiplicação dos pães é primeiramente um grande convite necessário a darmos nos mesmos de comer: não podemos ser cristãos verdadeiros se não nos sensibilizamos com os famintos que nos cercam. Não é por acaso que a multiplicação dos pães introduz o discurso do Pão da Vida na sinagoga de Cafarnaum. Só se pode celebrar dignamente a Eucaristia se nos fizermos solidários (outros pães) com todos os tipos de famintos do nosso tempo.
Como no tempo de Jesus (O grande girassol palestinense), há uma multidão de homens, mulheres, jovens e adultos, presa de falsas doutrinas e pseudoverdades do tipo bolha de sabão que não conseguem saciar a verdadeira fome de sentido, de vida , de Deus Ternura. O Senhor da Mesa nos chama; é tempo de Missão Continental para o Resgate do Evangelho da Vida, e vida em abundância! Sendo assim, temos um compromisso junto a tantos famintos que têm o direito de receber de nós aquilo que acabamos a cada domingo de receber na Eucaristia... E Você girassol rodopiante ainda perdes tempo? Venha prá mesa você também!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um girassol em defesa do Matrimônio!

Stephen Kanitz, na página 'Ponto de Vista' da Revista 'VEJA', num belíssimo artigo nos fala então sobre "O Segredo do Casamento":
"Meus amigos separados não cansam de me perguntar como eu consegui ficar casado por trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas do que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo...
Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.
Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas, dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue.
Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. ninguém aguenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento _ a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu.
O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo, no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.
Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter sua irrestrita atenção?
Sem falar nos inúmeros quilos que se acrescentam a você, depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 quilos num único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo? Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a frequentar lugares desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, cd's, o corte de cabelo e a velha maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separa de seu cônjuge.
Vamos ser honesto, ninguém aguenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo baton, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas sem graça. Muitas vezes não é sua esposa que está ficando chata e mofada, são os amigos dela ( e talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.
Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro, e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos da união anterior.
Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na sua própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.
Potanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive a seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par ou alma gemea. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arrancas-rabos sempre ocorrerão; por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par. E aí meu caro girassol ainda vai querer mudar de Jardim? (www.kianitz.com.br).

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Um girassol amigo dos livros!"

Eu, o livro...

Sou muito especial. Minha tecnologia é insuperável. Funciona sem fios, bateria, pilhas ou circuitos eletrônicos. Sou útil até mesmo onde não há energia elétrica. E posso ser usado mesmo por uma criança: basta abrir-me.
Nunca falho... Não necessito de manual de instruções nem de técnicos que me consertem... Apesar de hoje em dia haver tantos restauradores de minha personalidade. Dispenso oficinas e ferramentas. Sou imune a vírus, embora figure no cardápio das traças. Se algo em mim o leitor não entende, há um similar que explica todos os meus vocábulos que chamam pejoratoriamente de pai dos burros...
Através de mim as pessoas viajam sem sair do lugar... Não é fantástico? Basta abrir-me e posso levá-las a Roma dos césares ou à Índia dos Brâmanes, aos estúdios de Hollywood ou ao Egito dos faraós, ao modo como as baleias cuidam de seus filhotes e aos paradoxos dos buracos negros.
Sou feito de papiro, pergaminho, papel, plástico e, hoje, existo até como matéria virtual. Domino todos os ramos do conhecimento humano. E, ao contrário dos seres humanos, jamais esqueço. Se me consultam, elucido dúvidas, respondo indagações, estímulo à reflexão, desperto emoções e idéias.
Posso ensinar qualquer idioma: tupi, grego, chinês ou russo. Até línguas mortas, como latim. Introduzo as pessoas na meditação zen-budista e nos segredos eróticos do Kama Sutra, na culinária mineira e na história do automóvel, nas maravilhas dos jardins suspensos da Babilônia e nos hábitos dos escorpiões.
Para utilizar-me, a pessoa escolhe o lugar mais confortável: cama, sofá da sala, tamborete da cozinha, degrau da escada ou banco de ônibus. Trago a ela os poemas de Fernando Pessoa e os salmos da Bíblia; as noções de como operar um monitor de TV e a biografia de John Lennon; as viagens de Marco Polo e os cálculos da propulsão das naves espaciais.
Trabalho em silêncio, e, nunca incomodo ninguém, pois jamais insisto. É o meu leitor que se cansa,e , neste caso, pode fechar-me e continuar a leitura horas ou dias depois. Não fujo, não saio do lugar, não abandono quem cuida de mim. Fico ali à espera, em cima de uma mesa ou enfiado numa prateleira, sem alterar o meu humor. Exceto quando sou alvo da cobiça de pessoas sem escrúpulos, que me roubam de meus legítimos donos.
Revelo a quem me procura o que for de seu interesse: como cuidar do jardim ou detalhes da Guerra do Paraguai; a incrível paixão entre Romeu e Julieta ou a atribulada vida amorosa de Elvis Presley; os segredos de fabricação de um bom vinho ou as mil e uma interpretações de As Mil e uma noites e até mesmo detalhes das inúmeras plásticas do Rei do Pop...
Pode-se estar comigo e, ao mesmo tempo, ouvir música ou viajar de trem, navio ou avião (desde que ele não caia é claro!), sem necessidade de pagar minha passagem. Sou transportável, manipulável e até descartável. Mas costumo enganar a quem confia nas aparências: nem sempre o meu rosto revela o conteúdo.
Sem mim, a humanidade teria perdido a memória. E, possivelmente, não ficaria sabendo que Deus se revelou a ela. Sou portador de epifanias e sonhos, tragédias e esperanças, dores e utopias. Eu sou também uma obra de arte, dependendo de como os meus leitores tecem e bordam as letras que preenchem as minhas páginas. Livre e lido sou livro... Agora um segredo: O meu melhor amigo é aquele ser humano que se comporta como um verdadeiro girassol de verão! Já pensou nisto?

"Um girassol atento ao tempo que ainda nos resta!"

Vamos agora refletir com Leonardo Boff:
"Não apenas as pessoas mais idosas, mas também os mais jovens, fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi Carnaval, dentro pouco será Páscoa, mais um pouco Natal. Esse sentimento é ilusório ou tem base real?
Pela ressonância Schumann se procura dar uma explicação. O físico alemão W.O.Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (daí chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos costante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz.
Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis fora dessa frequência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um simulador Schumann recuperavam, o equilíbrio e a saúde.
Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa frequência e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80, e de forma mais acentuada a partir dos anos 90, a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. O coração da Terra disparou.
Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: pertubações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann.
Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas possíveis de retomar o seu equilíbrio natural. E vai conseguí-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui se abre o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas do realismo fantástico projetarem cenários do tipo bolha de sabão ou não, ora dramáticos, com catástofres terríveis, ora esperançadores do tipo profecias Maias, como também a irupção da quarta dimensão, pela qual todos, seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o biorritmo da Terra.
Não pretendemos reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizamos a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que a Terra e humanidade devem ser vistas como que sendo uma única entidade, semelhante ao que os astronautas testemunham de suas naves espaciais, principalmente, quando pisamos pela primeira vez na Lua. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann.
Se quizermos que a Terra reencontre seu equilíbrio, seu verdadeiro habitat natural, deveremos começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com mais amor, ternura, gratidão, compaixão, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anticultura dominante, de morte, que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz, observando enfim, atentamente, aquela magnífica trajetória de um simples Girassol de Verão...

"Um Girassol de Verão diante do Pluralismo Cultural!"

No plano cultural, as diferenças, relativamente aos tempos dos últimos decênios do século que acabamos de deixar no nosso passado histórico, são ainda mais acentuadas. Então, as culturas naquele contexto apresentavam-se bastante definidas e tinham maiores possibilidades para se defender das tentativas de homogeneização cultural. Hoje, cresceram notavelmente as possibilidades de interação das culturas, dando espaço a novas perspectivas de diálogo intercultural; um diálogo que, para ser eficaz, deve ter como ponto de partida uma profunda noção da específica identidade dos vários interlocutores. No entanto, não se deve descurar o fato de que esta aumentada transação de intercâmbios culturais traz consigo, atualmente, um duplo perigo. Em primeiro lugar, nota-se um ecletismo cultural assumido muitas vezes sem discernimento: as culturas são simplesmente equivalentes e intercambiáveis umas com as outras. Isto favorece a cedência a um relativismo que não ajuda ao verdadeiro diálogo intercultural; no plano social, o relativismo cultural faz com que os grupos culturais se juntem ou convivam, mas separados, sem autêntico diálogo e, consequentemente, sem a verdadeira integração. Depois, temos o perigo oposto que é constituído pelo nivelamento cultural e a homogeneização dos comportamentos e estilos de vida. Assim perde-se o significado profundo da cultura das diversas nações, das tradições dos vários povos, no âmbito das quais a pessoa humana se confronta com as questões fundamentais da existência. Ecletismo e nivelamento cultural convergem no fato de se separar a cultura da natureza humana. Assim, as culturas deixam de saber encontrar a sua medida numa natureza que as transcende, acabando por reduzir o homem a simples dado cultural. Quando isto acontece, a humanidade corre novos perigos de servidão e manipulação... Assim não há girassol que ressista ao espírito do atual verão...

Os Sentidos Externos e Internos de um simples Girassol de Verão!

O conhecimento é especificado pelo seu objeto ou pelo termo ao qual se dirige. Ora o conhecimento sensível é aquele cujo objeto específico é algum aspecto concreto das realidades materiais. Tal tipo de conhecimento é realizado mediante os sentidos externos e os sentidos internos. Os sentidos externos são, por assim dizer, as janelas pelas quais o mundo exterior entra em nós. Pode entrar na medida em que esse mundo é:
  • Cor - Objeto específico da visão.
  • Som - Objeto específico da audição.
  • Odor - Objeto específico do olfato.
  • Sabor - Objeto específico do paladar.
  • Dureza ou moleza - Objeto específico do tato.
  • Calor ou frio - Objeto específico do sentido de temperatura.

Pode acontecer que muitos objetos sejam sejam apreendidos simultaneamente como sonoros, coloridos, odoríficos... De forma visual, auditiva, cinestésica, gustativa, olfativa, etc. Assim apreenderemos a flor, o pássaro, a criança, que brinca... Dois ou mais sentidos podem ser solicitados simultaneamente pelos diversos aspectos do mesmo objeto.

Verifica-se, porém, que tomamos posse do mundo exterior não apenas por uma variedade de sensações. Nós percebemos essas sensações como sensações e as distinguimos umas das outras; Nós as resolvemos, combinamos entre si estimamo-las com úteis ou nocivas. Daí falarmos também de sentidos internos, que são:

  • A consciência sensitiva, ou o chamado 'senso comum', mediante o qual percebemos que somos o sujeito de sensações ou de nossa vida sensitiva.
  • A imaginação ou fantasia, mediante a qual projetamos imagens que são como que o desdobramento ou a livre associação de imagens percebidas anteriormente. Podemos imaginar um casa ideal, uma cidade fantasiosa, uma viagem pelo espaço sideral...
  • a estimativa ou cogitativa, que nos animais irracionais é chamada de instinto. Faz-nos perceber em certos objetos materiais algo de útil, que suscita nosso desejo ou nos atrai, ou algo nocivo, que suscita nossa repulsa. A estimativa leva-nos a colocar a mão diante do rosto ou a afastar o rosto quando vemos uma pedra dirigida contra nós.
  • A memória sensitiva, mediante a qual amarzenamos conhecimentos, que constituem um tesouro de experiências úteis para orientar nossa vida cotidiana.

Os quatro sentidos internos são superiores aos sentidos externos. Todavia fazem parte do nosso conhecimento sensitivo, pois têm por objeto realidades, materiais e concretas. Apenas notemos que o objeto específico dos sentidos externos são qualidades fisícas, ao passo que o dos sentidos internos são qualidades psicológicas.

Deve-se observar ainda o seguinte: mediante o conhecimento sensitivo, tomamos posse, de algum modo, do mundo material. Pelos sentidos externos, este vai entrando em nós de maneira desordenada ou tumultuada. O escalonamento ou a arrumação dos objetos percebidos é tarefa da inteligência. Antes, porém, que o intelecto entre em exercício, já os nossos sentidos internos realizam certa organização dos nossos conhecimentos sensitivos; a imaginação e a estimativa recolhem e combinam esses dados entre si.

Os sentidos nos revelam a existência do mundo material... Mas não manifestam a natureza íntima ou as essências e as causas existentes no mundo material. Tal tarefa é conhecimento do conhecimento intelectual... Sendo assim qualquer simples girassol poderá adquirir um certo senso crítico...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"A Teologia da Mesa e a Trajetória de um simples Girassol de Verão!"

No princípio era metáfora... E a metáfora se fez mesa... E a mesa se fez partilha... Da partilha veio o Reino eo Reino se fez Teologia e Teologia da Mesa... Dizem os bens pensantes que o ser humano é muito mais do que um caniço pensante... Aliás, segundo o Mestre dos Mestres... O ser humano é muito mais do que uma cana agitada pelos ventos, do que um simples lírio dos campos, do que um mero pardal... Nós aqui, neste blogger achamos realmente que o homem é muito mais mesmo do que tudo isso... Ele é em si algo comparável a peculiar trajetória de um simples girassol de verão! Não somos apenas meros girassóis de verão de um jardim qualquer... Somos os discípulos e seguidores de um grande Girassol de Verão... De verão palestino...Um verão bastante bem-aventurado... Dali nasceu a teologia da mesa... Uma metáfora feita para ser a plataforma mais dinâmica da realidade intrínseca daquilo que em si é o mistério do Reino dos Céus como diria Mateus, um ex-amigo de moedas e impostos... Entre a trajetória de um simples girassol de verão e o verdadeiro significado daquela mesa tão bem retratada pelo quadro de Leonardo da Vinci, (sem o código é claro!), existe realmente uma realidade cheia de novidade sempre atual para debatermos em nossas costumeiras conversas informais... É aqui que entra a nossa Teologia da Mesa, para de certa forma bem expontânea nos ajudar a catar as pedras do nosso cotidiano 'feijão com arroz' e reaprendermos juntos nesta mesa dinâmica e plataforma os segredos urgentes e preciosos da necessária partilha solidária. Aqui ternura, gratidão, reconciliação e todas as outras possíveis formas de experimentar o mistério do amor maior parece ser realmente aceitável e razoável... Aqui Fé, Esperança e Caridade configurados com a Razão, Emoção e Poder de fazer o bem a alguém torna-se realidade e não paradigmas de meras bolhas de sabão... Entretanto, caro visitante... Venha pra mesa você também... O Banquete já se encontra posto!