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quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Um girassol amigo dos livros!"

Eu, o livro...

Sou muito especial. Minha tecnologia é insuperável. Funciona sem fios, bateria, pilhas ou circuitos eletrônicos. Sou útil até mesmo onde não há energia elétrica. E posso ser usado mesmo por uma criança: basta abrir-me.
Nunca falho... Não necessito de manual de instruções nem de técnicos que me consertem... Apesar de hoje em dia haver tantos restauradores de minha personalidade. Dispenso oficinas e ferramentas. Sou imune a vírus, embora figure no cardápio das traças. Se algo em mim o leitor não entende, há um similar que explica todos os meus vocábulos que chamam pejoratoriamente de pai dos burros...
Através de mim as pessoas viajam sem sair do lugar... Não é fantástico? Basta abrir-me e posso levá-las a Roma dos césares ou à Índia dos Brâmanes, aos estúdios de Hollywood ou ao Egito dos faraós, ao modo como as baleias cuidam de seus filhotes e aos paradoxos dos buracos negros.
Sou feito de papiro, pergaminho, papel, plástico e, hoje, existo até como matéria virtual. Domino todos os ramos do conhecimento humano. E, ao contrário dos seres humanos, jamais esqueço. Se me consultam, elucido dúvidas, respondo indagações, estímulo à reflexão, desperto emoções e idéias.
Posso ensinar qualquer idioma: tupi, grego, chinês ou russo. Até línguas mortas, como latim. Introduzo as pessoas na meditação zen-budista e nos segredos eróticos do Kama Sutra, na culinária mineira e na história do automóvel, nas maravilhas dos jardins suspensos da Babilônia e nos hábitos dos escorpiões.
Para utilizar-me, a pessoa escolhe o lugar mais confortável: cama, sofá da sala, tamborete da cozinha, degrau da escada ou banco de ônibus. Trago a ela os poemas de Fernando Pessoa e os salmos da Bíblia; as noções de como operar um monitor de TV e a biografia de John Lennon; as viagens de Marco Polo e os cálculos da propulsão das naves espaciais.
Trabalho em silêncio, e, nunca incomodo ninguém, pois jamais insisto. É o meu leitor que se cansa,e , neste caso, pode fechar-me e continuar a leitura horas ou dias depois. Não fujo, não saio do lugar, não abandono quem cuida de mim. Fico ali à espera, em cima de uma mesa ou enfiado numa prateleira, sem alterar o meu humor. Exceto quando sou alvo da cobiça de pessoas sem escrúpulos, que me roubam de meus legítimos donos.
Revelo a quem me procura o que for de seu interesse: como cuidar do jardim ou detalhes da Guerra do Paraguai; a incrível paixão entre Romeu e Julieta ou a atribulada vida amorosa de Elvis Presley; os segredos de fabricação de um bom vinho ou as mil e uma interpretações de As Mil e uma noites e até mesmo detalhes das inúmeras plásticas do Rei do Pop...
Pode-se estar comigo e, ao mesmo tempo, ouvir música ou viajar de trem, navio ou avião (desde que ele não caia é claro!), sem necessidade de pagar minha passagem. Sou transportável, manipulável e até descartável. Mas costumo enganar a quem confia nas aparências: nem sempre o meu rosto revela o conteúdo.
Sem mim, a humanidade teria perdido a memória. E, possivelmente, não ficaria sabendo que Deus se revelou a ela. Sou portador de epifanias e sonhos, tragédias e esperanças, dores e utopias. Eu sou também uma obra de arte, dependendo de como os meus leitores tecem e bordam as letras que preenchem as minhas páginas. Livre e lido sou livro... Agora um segredo: O meu melhor amigo é aquele ser humano que se comporta como um verdadeiro girassol de verão! Já pensou nisto?

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